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Fora do tarifaço, Embraer descarta demissões e negocia tarifa zero nos EUA

Companhia ficou de fora da lista final da tarifa adicional de 40% anunciada por Trump sobre produtos brasileiros

Economia|Do R7, com informações da Agência Brasil

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RESUMO DA NOTÍCIA

  • A Embraer descartou demissões no Brasil e busca negociar tarifa zero para exportações aos EUA.
  • A tarifa atual de 10% gera um custo de US$ 65 milhões para a empresa em 2023.
  • A Embraer planeja investir US$ 500 milhões nos EUA e criar 5,5 mil empregos até 2030.
  • No segundo trimestre, a empresa entregou 61 aeronaves e registrou a maior carteira de pedidos da história, com US$ 29,7 bilhões.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Companhia disse empregar 18 mil funcionários no país

A Embraer, fabricante brasileira de aeronaves, descartou demissões de funcionários no Brasil neste ano e articula para conseguir reduzir a zero a atual taxação de 10%, que está submetida desde abril, em cima de aviões e partes que exporta para os americanos.

A declaração foi feita nesta terça-feira (5) pelo diretor-executivo da empresa, Francisco Gomes Neto, durante apresentação dos resultados do segundo trimestre da companhia.


“O nosso foco é realmente restaurar a tarifa zero. Ficamos muito felizes de passar de 50% a 10%, o que reduziu bastante o impacto para os nossos clientes. Estamos trabalhando com eles para fazer a entrega das aeronaves. Mas, em paralelo, estamos nos esforçando com afinco para restaurar a tarifa zero”, disse.

Companhia ficou livre da taxação adicional dos EUA

Desde o anúncio inicial do presidente Donald Trump sobre a taxação de produtos brasileiros, houve expectativa de que itens da Embraer entrassem na lista com tarifa adicional de 40%, o que, somado a tributos já existentes, elevaria a carga total a 50%.


No entanto, após a assinatura da ordem executiva pelo presidente americano, na última quinta-feira (31), a companhia acabou ficando de fora da lista final.

Empregos

De acordo com a companhia, a cobrança de 10% que passou a vigorar em abril significa um custo de US$ 65 milhões, cerca de R$ 350 milhões. Desse impacto, 20% foram sentidos no primeiro semestre e 80% devem ser percebidos no restante do ano.


“Voltamos para uma situação mais gerenciável, tanto que já incluímos o impacto das tarifas nas nossas projeções financeiras. Estamos mantendo o nosso guidance [projeção] para o ano, e, para atendê-lo, temos que entregar todos os aviões que estão planejados. No momento, está completamente fora dos nossos planos qualquer redução de quadro por causa de redução de produção”, garantiu Neto.

Em relação aos aviões comerciais vendidos aos Estados Unidos, o custo é pago pela empresa que compra a aeronave, o que acaba encarecendo o produto.


Francisco Neto disse acreditar que negociações podem trazer de volta a tarifa zero, como nos últimos 45 anos. Ele citou acordos alcançados recentemente pelo Reino Unido e Europa.

Segundo Neto, as negociações se dão por intermédio do governo brasileiro e também diretamente com os americanos.

Leia mais

Estados Unidos são o principal mercado de aviação

Os Estados Unidos são o maior mercado de aviação do mundo e absorvem 70% da demanda por jatos executivos da Embraer e 45% de aeronaves comerciais.

O diretor-executivo da companhia aponta a geração de emprego e investimentos nos Estados Unidos como um trunfo para que o governo Trump volte à tarifa zero.

A Embraer emprega quase 3 mil pessoas em solo americano. Incluindo a cadeia de fornecedores locais, o contingente chega a 13 mil. A empresa planeja investir US$ 500 milhões, cerca de R$ 2,8 bilhões, em Dallas, no Texas, e Melbourne, na Flórida, nos próximos 5 anos e contratar mais 5,5 mil funcionários até 2030. As estimativas foram feitas, segundo Neto, em cima de cálculos sem a tarifa de 10%.

O executivo disse que, se o governo americano decidir incluir aviões militares como o KC-390 em sua frota aérea, a Embraer projeta mais US$ 500 milhões para uma nova linha de montagem e mais 2,5 mil postos de trabalho.

A empresa ressalta ainda a importância dos seus aviões E175, de até 80 assentos, considerados essenciais para a aviação regional americana.

“Temos boa expectativa que isso venha acontecer”, avalia o diretor-executivo sobre a volta da tarifa zero, enfatizando que a estimativa é de saldo comercial positivo de US$ 8 bilhões para os americanos até 2030. Ou seja, no processo de fabricação de aviões, a Embraer gasta mais com compras nos Estados Unidos do que com vendas para lá.

Resultado

O resultado do segundo trimestre apresentado nesta terça-feira pela Embraer aponta que a empresa entregou 61 aeronaves no período, sendo 19 jatos comerciais, 38 executivos e quatro militares. No mesmo período do ano passado, foram 47.

A companhia trabalha com a estimativa de entrega de 77 a 85 aviões comerciais este ano e de 145 a 155 jatos executivos. A carteira total de pedidos atingiu US$ 29,7 bilhões no segundo trimestre deste ano, a maior já registrada.

A empresa

Fundada em 1969, a Embraer já fabricou mais de 9 mil aviões para mais de 100 países e 60 Forças Armadas. A empresa soma 23 mil funcionários, sendo 18 mil no Brasil, principalmente na sede em São José dos Campos, em São Paulo. Há contingente também nas cidades paulistas de Sorocaba, Botucatu e Gavião Peixoto, além de engenheiros em Florianópolis e Belo Horizonte.

Fora do Brasil e nos Estados Unidos, há uma fábrica em Portugal. Nos últimos anos, a companhia contratou 5 mil pessoas para atender a demanda atual e futura.

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